Variação linguística

"Há diferenças muito grandes.
Uma vez, eu 'tava a falar, em Portalegre. (...)
E depois eu perguntei assim:
- Ó amigo! 'Cê fazia favor, dizia-me aqui onde é que é para o caminho... p'ra ir... (...)
dizia-me o caminho p'ró... p'ra Torre de Palma(...)
Dizia-me assim uma pessoa (...):
- Olhe, cê não se engana. Você vai por esta carrêtera fora... uma carretêra é uma estrada, lá (...). 'Cê acolá adiante mete p'la linda abaixo - uma linda é uma estrema - realmente é um nome bem empregado: um linda é uma estrema: uma estrema é bonito -... Vá pl' aquela linda fora... lá mais adiante encontra um arrebenta-diabos... é uma encruzilhada... encontra um arrebenta diabos... você volta à esquerda, tá uma b'reda mal seguida, vai lá ter mêmo ao casal.
Mas depois mais tarde a gente foi descobrir isto: o arrebenta-diabos era um' encruzilhada (...) e uma b'reda mas seguida era um cêrrero... um caminho... um carrêrozito que ia por ali fora.
Tá a ver? Como isto há diferenças de nomes de terras p'ra terras?"
(Inquérito em Montalvo, Santarém - Gravações para o ALEPG, S6, cass. 4, Id. m. 1231)

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